 Como simplesmente não amar C.R.A.Z.Y.? Este, além de ser uma das produções mais premiadas da história do cinema canadense, é também uma emocionante mensagem de amor incondicional entre pais e filhos, irmãos e, acima de tudo, seres humanos. O amor em família, a descoberta de nossas identidades e a luta contra o preconceito, seja ele sexual, social ou religioso. Um libelo contra a intolerância e a ignorância, levada às telas numa obra comovente e muito bem realizada. Sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes dos últimos tempos (a se lamentar, apenas, a demora do filme em ser lançado no Brasil, em 2007, apesar de ter sido produzido dois anos antes!).
Como simplesmente não amar C.R.A.Z.Y.? Este, além de ser uma das produções mais premiadas da história do cinema canadense, é também uma emocionante mensagem de amor incondicional entre pais e filhos, irmãos e, acima de tudo, seres humanos. O amor em família, a descoberta de nossas identidades e a luta contra o preconceito, seja ele sexual, social ou religioso. Um libelo contra a intolerância e a ignorância, levada às telas numa obra comovente e muito bem realizada. Sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes dos últimos tempos (a se lamentar, apenas, a demora do filme em ser lançado no Brasil, em 2007, apesar de ter sido produzido dois anos antes!).O diretor e roteirista Jean-Marc Vallée fez do propósito de levar C.R.A.Z.Y. às telas um objetivo pessoal, que lhe custou cerca de dez anos de investimentos, pesquisas, releituras do roteiro, filmagens e produção. E o resultado não poderia ser melhor, justificando todo o esforço envolvido. A trama nos apresenta uma família com cinco filhos homens, cada um batizado com um nome cuja inicial nos leva ao título do filme e também de uma das mais famosas canções de Patsy Cline, cantora endeusada pelo pai dos rapazes. Christian, Raymond, Antoine e Yvan são, na verdade, coadjuvantes, enquanto que acompanhamos esta vida atráves dos olhos e sentimentos de Zac, o quarto filho. Enquanto os demais se encaixam mais facilmente em estereótipos - o vagabundo, o esportivo, o nerd e o preguiçoso - Zac é o rebelde, o inovador, o contestador, o inquieto, o que entrará em conflito com o resto da família, e para evitar a separação irá sufocar seus próprios questionamentos de sexualidade, religiosidade e humanidade, até não mais suportar.
O mundo que enxergamos através de Zac é repleto de contradições, e justamente por isso é tão verdadeiro. Em plenos anos 70, em meio à liberação dos costumes e de repressões ideológicas, ele luta bravamente para tentar se encaixar num modelo pré-estabelecido, e assim garantir seu lugar naquele universo familiar. Isso, claro, até perceber que no final o sangue sempre acaba falando mais alto. E esta é a idéia que C.R.A.Z.Y. tenta levar ao seu espectador: quando o amor é verdadeiro e real, deve ser maior do que tudo, não importando quão limitadas sejam nossas referências e suposições.
Vencedor de mais de 35 prêmios internacionais, C.R.A.Z.Y. foi o representante oficial para concorrer ao Oscar de Filme Estrangeiro (é todo falado em francês) em 2005. Acabou não conseguindo a vaga, o que não faz a menor diferença. Tocante e mágico, místico e sensível, sexy e engraçado, singelo e abrangente, este é um filme que ultrapassa questões como homossexualidade, tradição, fraternidade e discriminação. É, sim, um longa que fala do sentimento mais nobre de todos, o puro amor, e somente por isso merece ser conhecido por todos. Por mais loucos que sejamos. Afinal, como já diz o ditado, ninguém de perto é muito normal!
C.R.A.Z.Y., Canadá, 2005
(nota 9)
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário